sexta-feira, 17 de abril de 2009

Je suis de retour!

Gêmeos - França

Depois das aventuras vividas durante meu inferno astral, volto, e com uma bagagem boa de coisas bizarras, aprendizados e felicidades acumuladas. Universidade caminhando, com passos de formiga, como diria os amigos do Skank, mas caminhando. Cansado, preguiçoso, chato, esses adjetivos podem muito bem me definir durante essas semanas que estive fora. Enfim, "c'est la vie mon coeur..."
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Vamos aos fatos realmente relevantes...
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Dando sequência à minha pesquisa de street art e afins, me deparei, no site da Gazeta do Povo, com a notícia de um museu de arte efêmera, voltado exclusivamente pras artes de rua! Achei muito digno!

Foto Divulgação / Museu Efêmero

Trata-se de um circuito de ruelas históricas, na região do Bairro Alto, em Lisboa, onde os artistas fizeram uso das fachadas e muros para a criação de desenhos psicodélicos e coloridos de grafitagem, sobre o cinza característico da arquitetura local. E a instituição do museu consiste na simples organização de roteiro e dissiminação de informações sobre o artista e obra, além da criação de um audioguia que pode ser baixado na internet.

Foto Divulgação/ Museu Efêmero

O mais legal é que essa relação é muito pouco usual e mesmo marginal quando se pensada sem a noção da intenção artística do "museu" ao ar livre. O grafite em áreas históricas logo nos remete aos setores degradados, pontos de tráfico e prostituição e mesmo desrespeito à memória de locais centrais de grandes cidades. Uma subversão, um grito cultural de gargantas populares, ainda difícil de ser aceita pela mentalidade brasileira, ou ainda das instituições artísticas brasileiras, hipócritas e retrógradas, mesmo quando enchem suas bocas para afirmarem-se contemporâneas e voltadas ao futuro.

Digo isso, como crítica à exposição dos gênios e gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo, paulistanos que levam ao mundo sua arte. Quando soube que iriam expôr no Museu Oscar Niemeyer logo imaginei as empenas brancas do MON coloridas e vivas pelos traços dos caras, assim como eles fizeram no Tate Modern de Londres e em Castelos franceses. Por que será que a Europa é considerada visionária e liberada de dogmas? Prefiro nem me ater a isso, senão vou arrumar minhas malas. Então, a arte deles, em terras curitibanas, ficou amarrada dentro da sala de exposições, num formato antiquado, claro, exposição ótima, mas a tempos não se vê aquele espírito inovador, que pertencia ao MON nas exposições inaugurais. Fica a dica pra nossa querida primeira-dama e administradora do museu, Maristela Requião...
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Gêmeos - Londres

Gêmeos - São Paulo


No mais... quem puder passar em Lisboa, vá vivenciar arte, depois me conta e me mata de inveja. A proposta é que as aplicaçõe sejam alteradas constantemente, então, cada vez que visitar vai ter coisa nova e de qualidade.